Universo M-113
Bom, é gratificante pensar sobre cada universo que me cerca. Cada singularidade e cada individualidade que é divertido sentar em Itabira e escrever sobre eles. Cada membro do meu círculo social são como universos. Me orbitam e se entrelaçam na minha rotina de tal modo que escrever sobre cada um daria um belo de um livro. Mas aqui só posso escrever sobre um. Um dos universos que mais colorem a rotina é minha mãe. Minha mãe tem uma particularidade única de tornar tudo engraçado e fácil de manusear. Embora planejar não seja algo muito fácil para ela. Geralmente pessoas super espontâneas são assim. Quando traçamos um plano de ir à algum lugar, minha mãe simplesmente não segue o roteiro que criamos, logo sair é sempre uma singularidade. E apesar de eu geralmente reclamar bastante. Eu simplesmente adoro sair do meu mundo e entrar no dela. O meu mundo é muito metódico. Tem regra para cada coisa que eu faço, e um jeito diferente e chato de fazer tudo. Até o mais simples da rotina se torna complicado. Mas quando saio do meu mundo e entro na órbita da minha mãe, parece que essas coisas ficam escondidas por um tempo, dão um cado de gatilhos, mas no final sempre vale a pena passar cada segundo perto dela. É como andar numa corda bamba e rindo de tudo o que acontece. E acredito que não há forma melhor de encarar a vida do que não ter medo de careta. E é exatamente assim que resolvi encarar tudo o que me cerca. Meu pai Também um dos meus universos favoritos. Uma das coisas mais gratificantes é escrever sobre meu pai. Meu pai é como um porto de respostas. É nesse universo que recorro quando sinto que o mundo virou mundo-cão. Somos muito parecidos embora não conversamos tanto intimamente, mas o jeito que conversamos me faz pensar em minhas visões futuras. O meu segundo porto seguro quando o mundo cai sobre mim. Enquanto minha mãe é super religiosa e as vezes tem dificuldades de ver o mundo como ele é, meu pai é metódico e religioso, mas enxerga as coisas como elas são. Então essa diferença entre os meus pais me faz ficar perto de cada um em momentos específicos. E isso é uma das coisas que poucas pessoas tem acesso. Eu tenho muito orgulho dos meus pais.A presença deles em todos os momentos conturbados me faz sentir o coração quentinho quando olho para trás e vejo o tanto de coisas que mudaram e continuaram. Com meu pai, aprendi a ver as coisas de cima pra baixo.. E isso tornou muito mais fácil a caminhada. E tem também Fernanda, minha irmã que de nada somos parecidos. Ela tem a personalidade da minha mãe misturada com meu pai e um pouco das minhas manias. Mas não há forma melhor de me tirar da minha neblina do que ouvir o riso dela. É como se tudo fosse colorido e o tempo parasse em plena avenida. Minha irmã entrelaça na minha rotina como água. E é participando das suas brincadeiras que eu me esqueço um cado. É o jeito dela me iluminando do breu. E tem também minha avó, que agora não faz mais parte do mundo que tocamos, mas que ainda faz parte das minhas poesias. Mas uma das coisas que ela me ensinou, e que eu levo até hoje é colher ao máximo o dia. Pois amanhã ninguém saberá. E esses são todos os universos que me coloriam.