Do meu tomar a posse
Do entender o escombro
De juntar todas as minhas versões
Do meu esperar a onda bater
De ver os protocolos se quebrando diante da morte de um desencanto
De entender que não é necessário obedecer nenhum objeto social
De ver a vida apenas prosseguindo diante do precipício
E então finalmente entender Carlos Drummond e tantos outros que vieram antes de mim.
Felizes são os homens que ainda em neblina,
Encontram tempo para olhar para o céu.
E então descobrir que tolos somos todos nós
Que procuramos estrelas no céu e não enxergamos os universos que nos cercam.
Foi a quebra de todos os meus contratos.
Foi a quebra de todos os protocolos internos.
Foi o meu deixar de ser um invólucro
Foi a minha alma se recuperando do espaço indefinido.
Foi o meu agradecer ao Charlie
A separação entre tudo o que pode ser imaginado e tocado.
O meu perceber que não perdia tanta energia ao interagir com o mundo.
Os remédios diminuindo.
Foi a minha desconstrução em Charlie e construção em Roberto.
Foi o passo indo como os outros passos que ficam.
E então ver a minha alma renascendo.
As cinzas que ficaram se tornando base sólidas..