Há 7 anos atrás, eu escrevia a última carta. Uma carta com o título de carta para Deus. O ano de 2014 foi um ano muito complicado, havia um desconforto imenso pois havia entrado em um quadro depressivo intenso. Essa última carta, tinha tom escuro e de total apatia a minha própria existência. Então, eis que finalmente uma nova carta é escrita e com tom mais simpático e brando. Como eu digo em algumas poesias: há passos que vem, como outros que vão.
Uma carta para o tudo que é invisível – 2
Deus,
Que fez o céu a terra,
Que fez de nós homens, mortais
Que é capaz de dar cor ao invisível
Que fez os diamantes azuis
Que fez de nós homens, sensíveis ao tempo.
Que nos deu o livre arbítrio
Que torna a noite escura em brilhantes.
Que faz gato e sapato com a realidade
Que nos deu opção de pensar
Que nos deu possibilidade de demonstrar
Que nos deu a didática das estrelas
Que me viu escrever todas as cartas
Que criou o universo e tudo o que há
Que leu todas as poesias antes do lixo
Que fez todas as rosas da Terra
Que fez todas as forças materiais
Que fez todas as cores imateriais
Que sabe o destino de todos
Que está em todo lugar
Que tudo pode definhar como quiser
Que me viu partir em muitas direções
Que me viu em todas as realidades distintas
Que me viu aprender o quão raro é o existir
Que me viu enfrentar mares obscuros
Que me viu renascer como uma fênix a cada passo errado
Que me viu tomando todo o meu invólucro.
Que agora me vê escrevendo sobre dor.
Que agora me vê escrevendo outra carta
Que agora me vê como há 7 anos atrás.
Que me deu universos incríveis
Que me deu uma família incrível
Que me mostrou as rosas
Que me trouxe a realidade
Que me deixou tomar escolhas
Que hoje agradeço por cada oportunidade
Te escrevo essa carta apenas como aviso
Que quando chegar a hora,
Que seja como um passo que vem, como outros que vão.
@robertocpaes