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Sobre a loucura

Olá pessoinhas que leem minhas incríveis postagens robertásticas e não tão interessantes assim. Mas hoje escreverei sobre a loucura dos corpos. A loucura que simplesmente aparece nas entrelinhas de toda nossa existência. Literalmente não importa nosso momento, ela sempre vai aparecer tão aleatoriamente. Que é impossível até mesmo prever sua chegada tão incrivelmente invisível.

“Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.”

– Os ombros suportam o mundo de Carlos Drummond de Andrade.

Eu estou totalmente isolado desde março de 2020. A falta de não ver outros corpos me tornou algo que eu literalmente não imaginava ser capaz de me tornar. Alguém que tem necessidade do toque, do abraço, da fala e de mandar um milhão de áudios para responder uma mensagem de bom dia. Enfim, as mudanças que a pandemia provocaram são tão intensas e grandes, que em um momento de pura intensidade, misturado com minha poesia favorita do Fernando Pessoa.. Decidi que eu iria sair do meu quarto pela primeira vez durante essa loucura da pandemia. Óbvio que isso não é chutar o balde ou não seguir todos os meus protocolos de segurança e gritar A-113 quando vejo algo estranhamente estranho. Mas essa experiência doida. E que logicamente eu só poderia fazer com outras pessoas doidas também.. resultaram nessa incrível poesia sobre o invisível:

E por mais que internamente eu rezo para que o meu convite de entrada à essa insanidade seja negado, o meu outro lado diz claramente: Pela amor de Deus, menino. Tenha sangue. Reaja!

Enfim.. Que as camélias e rosas, um dia, possam contemplar toda intensidade de tantas palavras não ditas. E que os abraços que eu tanto neguei, um dia, possam ser finalmente entregues. E que essa loucura tão invisível nunca abandone meu corpo. O mundo já é cinza lá fora. Aqui dentro não precisa ser tão frio.

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