Um blog recheado de pleonasmo, hipérboles e muuuuito conteúdo Robertástico.

A pandemia no eu e a solitude entre palavras.

Olá pessoinhas incríveis que leem minhas postagens incrivelmente robertásticas. Esse texto é um desabafo entre os anos de 2020-2021. É esquisito pensar que foi durante a pandemia que eu definitivamente evolui tanto. O parar do mundo inteiro, me permitiu o alcançar. E assim fui me arrastando pela pandemia, entre oscilações incrivelmente épicas de picos indo de 8 até 80 espontaneamente. A retirada dos remédios, o começo lúdico de um novo universo nas poesias, perda familiar intensa, fechamentos de ciclos e agora amizades talvez perdidas. E foi pensando no ato da solitude, que surgiu uma poesia tão incrivelmente fria, dura e colorida ao mesmo tempo. Esse é o verdadeiro ato do continuar.

Solitude

Vamos, não chores.
Não chores pelos mortos.

Nem por aqueles que se perderam na ida.
Nem pelos submersos nas águas.

A morte fria e material apenas prossegue o desecontro dos corpos.
A carruagem da vinda e ida em concreto físico.

No ato de encontrar o bem entre as entrelinhas do encontros.
O desbotar da vida tão naturalmente sendo colorir de singular o invisível.

Se chorar, pense nos vivos e na falta de tanta liberdade.
Nunca foi melancolia o ato da solitude da existência.

Do dançar das camélias,
Do dia desanuviar,

Da criança compreendendo o enredo,
De toda poesia se fazendo sensata,

O livre ato de partir sem nunca se deixar levar.
A vida apenas exercendo o livre prosseguir.

Dos corpos desatentos sob a terra virando parte do tudo.
Da falta dos corpos tão físicos se transformando em ato de decompor a nova estrada.

Outro céu.
Outro chão.

Os novos versos a pintar Itabira inteira.
Os novos versos a pintar o essencial tão invisível aos olhos materiais.

Na onda louca do trem,
No bilhete único da chegada e da partida no mesmo plano vetorial.

A matemática dos encontros dos corpos sendo única a todo momento.
Deus, que eu não perca mais os sentidos dos meus próprios versos.

Que carmina burana não passe de mera formalidade da existência.
E que a roda continue girando até o fim da minha.

Que nem mesmo a influência dos corpos se perca sobre os outros.
Que a singularidade única das cores contemple o outro.

A falta da morada e da falta da livre espontânea vontade dos abraços,
Contemple ainda mais toda minha neutralidade fria e a necessidade do meu isolamento dos corpos que ainda vivem.

Que os corpos tão verdadeiramente mortos, continuem vivos, ainda que implícitos pelo tanto que escrevo.
Como o continuar que faço dos meus autores favoritos.

E da falta da minha memória sob a terra.
Que se há de existir algo a mais sobre o invisível, cuja existência desconheço, que se faça versos sobre.

Mas respeitando a vontande intrínseca do soluçar.
E ainda que eu seja tão pequeno em relação ao mundo,

A caneta nunca se perca em toda imensidão da minha singularidade.
O ato da solitude se tornando o motivo tão verdadeiramente intrínseco na natureza dos encontros,

Fazendo colorir do falso azul do mar,
Até o falso azul do céu.

E que fez de todo o ato contra o tudo,
O simples ato de continuar.

Na volta,
Na ida.

E no mesmo lugar.
O simples ato de compreender que a vida apenas prossegue.

E que a tristeza só existe nos corpos que insistem no ato de continuar.
Que a falta seja apenas falta material.

Que a falta tão verdadeiramente real nunca se torne o falso preencher o não preenchível.
E por fim, que a vida tão verdadeiramente crua, continue a girar a roda volúvel do acaso.

Pois é do ato do acaso,
Que existem as fagulhas mais brilhantes entre o corpos tão frios e fatigados pelo livre encontro com o ato da existência.

@robertocpaes

Como de costume, por ser algo muito interno e muito intenso. Veja essa imagem incrivelmente fofa:

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