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Toque

Olá caros leitores que me seguem atentamente, como quem lê instrução de shampoo. Fiquei um cado ausente em literatura. Aprendendo sobre o mundo invisível e principalmente sobre a importância do toque. Mas se um dia eu disse alguma vez que jamais andaria de mãos dadas, ou que não trocaria abraços, ou que não daria “um toca aqui” eu estava terrivelmente enganado. Esse ano começou de forma tão inesperada. Em janeiro eu estava morrendo. Em fevereiro eu estava comemorando meu aniversário de 22 anos. E nos outros meses eu estava colhendo o máximo do mundo invisível. Esse texto é uma tentativa desleixada de tentar descrever um ato de loucura em forma literária.

Toque

Eu que tanto amava em literatura,
Descobri que a vida não cabe aqui.

Em tempo curto de passo,
O descompasso do mundo girou em mim.

Me ausentei dos versos.
Me entreguei sem métricas ao mundo.

Como toda surpresa que o acaso traz,
Que tanto negava aproximações tão físicas,

Aproveitei a pausa do mar agitado.
Dei acesso ao meu mundo inteiro pela primeira vez.

Sem precipitar ou protocolar. Foi apenas o reconhecer o que me cabe.
Perguntei a mim mesmo sobre questões de necessidade primária.

De bom grado deixei todos os sentidos de lado,
Em questões de segundos, escrevi meu maior ato: abracei a alma mais bonita da cidade.

Em tempos de ebulição da cidade, 
Aprendi com um único entrelace de mãos o que há de verdade.

Os versos se reestruturam.
Eu que tanto escrevi por sobrevivência,

Acabei por esquecer o maior exercício de metalinguagem que já fiz.
Viver em mundo literário com o pés no mundo da vida falada.

Em valsa com tudo o que existe.
Hoje sou quem sou.

@robertocpaes

Como de costume, imagens fofas para dar tensão cômica na leitura:

Gato fofo que peguei na internet

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