Um blog recheado de pleonasmo, hipérboles e muuuuito conteúdo Robertástico.

Sobre o medo do meu invisível

Olá pessoas maravilhosas que me acompanham pelo mundo cão. Eu não escrevo há semanas. Mas há uma poesia que escrevi há muito tempo e continua atual. Eu costumo escrever muito sobre o mundo invisível. Mas na realidade, as minhas cores preenchem cada parte do que eu enxergo. Eu preciso escrever sobre o invisível para não esquecer da existência dele. E isso é bem intenso. As cores tornam coisas simples em leões durante a rotina. O invisível se tornou ato de resistência ao mundo cão.

 Bom, de que te servem esses versos?
Se em nada alcançam?

Se a amas tão imaterialmente, ama muito mais materialmente.
Não te preocupas o ato de nunca dizer?

A diferença entre nós é mera perspectiva.
Não posso andar, beijar e abraçar. 

E tu tens tudo o que precisas. 
E ainda que talvez não tenhas o mundo,

Tens o mundo inteiro na ponta da caneta.
Por que amas tanto em literatura,

E no ato de viver não aproveitas tanto as coisas  invisíveis?
Não complique as rosas.

Nenhuma rosa é única no mundo.
Hoje, achas que este ser que gira em tua órbita é único.

E que nunca encontrarás outros corpos.
Mas na verdade crua e tão material,

Tens medo de cativar outras rosas.
Tens tanto medo que tua rosa não seja única,

Do que amar verdadeiramente a sua rosa.
Para que te serves tanta complicação?

Não complique o óbvio.
Diga imediatamente que a ama.

Que queres contemplar a imensidão deste ser
Mas sem que cada um perca sua essência.

Que não queres alguém para amar.
Que não queres alguém que somente o ame.

Pois sei que para você o amor tão pouco é.
Que queres apenas a gentil oportunidade de dançar sobre o mundo cão com ela.

Não complique a rosa.
Pois basta o coração desta cansar

O corpo falir em sua cruel procura pelo pulsar
E o tudo que era único estiver sob a terra fria,

Que de fato, verás que a rosa nunca foi única.
A tua rosa para ti foi única, pois só ela dançou tão bem.
A tua rosa para ti foi única, pois deixou ser cativado por ela.

Assim como outras mil rosas ainda aguardarão gentilmente sua chegada.
Não fiques tão preocupado.

Em um universo tão mutável
Em uma vida tão efêmera.

Em uma única fatia de probabilidade,
Nada és de fato.

Apenas alguém que escreve ao vento
No ato de fazer o mundo cão parecer manso.

Não digas que a ama somente em literatura.
Em vão suas palavras serão descartadas.

Diga em voz alta que achas tão imoral,
Diga ao mundo que é ela.

Mas por favor, 
Não cometas jamais o mesmo erro.

Se a amas realmente,
Não tenhas medo da tuas cores.

A companhia ideal pegará tua mão e dançará contigo em pleno mercado.
Os domingos tão frios e calados serão todos preenchidos com a chegada. 

Não ame apenas em literatura.
Pois essa alma que persegues, é tão maravilhosamente inteligente 

Que ambos darão cores a tudo que puder se preenchido.
Não faças versos apenas por fazer.

Existem coisas que não podem ser escritas.
Independente do café.

Diga com todas as suas forças.
E depois saia. Saia para contemplar a deliciosa negação da dança.

Pois sim.
Respeitas tanto essa rosa,

Que nunca mais tentará nada.
O ato de sempre amar, mas nunca ser visitado.

O ato de improvisar sorrisos aleatórios.
Independente do outro corpo que a cativa.

Não.
Não.

Se a amas tão imaterialmente,
Reconhecer os limites e o tamanho do ser,

É apenas uma mera formalidade.
Tão pouco importa.

A felicidade deste ser,
É como manter o universo em equilíbrio.

E a natureza sendo o que de fato é,
Imutável e gloriosa percepção de beleza.

O ato de simplesmente a amar.
Mas nunca, jamais e em hipótese alguma permitir que algo seja dado em troca.

Pois o simples ato de vê-la sorrir,
Já é motivo singelo de agradecer ao universo

Apenas pela oportunidade de tê-la comigo.
No mesmo céu e no mesmo universo.

É como um presidente divino no jardim.
E como sou grato por essa rosa..

@robertocpaes

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *